terça-feira, 24 de março de 2009

O importante é registrar o momento.

Não costumo ceder aos pedidos dos meus humanos-escravos, principalmente quando se trata do meu blog. Mas Humana queria tanto dar um recado que resolvi aceitar, só dessa vez.
Ela pede desculpas pela qualidade das fotos, que são quase sempre tiradas com o celular.
É pra não perder o momento, já que a câmera do telefone é a única que está sempre à disposição quando ela chega em casa e se depara com minhas obras de arte, que sempre são muito elogiadas pelos humanos.
" Chuck é um artista do improviso", ela diz, porque sempre consigo criar algo novo, mesmo em uma casa aparentemente à prova de cães.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O fantástico mundo de Chuck


Todo mundo já sabe que eu tenho um caso de amor com meu sofá.
Ele está detonado, esburacado, rasgado. Ficou assim quando passei por uma fase de customização, saca? Queria customizar tudo: os pés das cadeiras, a veneziana, chinelos, óculos, telefone, toalha de mesa, pano de chão, até meu pote de comida, eu customizei.


Mas, voltando ao sofá, eu gosto dele mesmo assim e, de qualquer forma, só eu que uso, então dane-se o estado estrutural dele. Humanos, em um momento de lucidez, compraram um só pra eles, pois nunca quis dividir o meu. Cada macaco no seu galho e cada um no seu sofá, não é mesmo?
Na verdade quando adotei os humanos e fui morar com eles, ele já estava lá. Soube que era do meu amigo Rauli antes de ser meu. Eu só dei um toque pessoal, pra deixar mais a minha cara, e, assim, lá se foram a espuma do assento e aquele tecido que não combinava em nada com minhas manchas pretas. Mordi aqui e puxei acolá e ficou do meu jeito: um estilo mais largadão. Pelos rasgos e pedaços de pano pendurados, diria até hippie chique.
Bem, todo mundo já sabe do meu caso de amor com meu sofá, mas o que ninguém desconfia é o motivo dessa adoração. Talvez nem você acredite.
Eu mesmo quase não acreditei, mas depois de cavar muito, mas muito mesmo, a verdade se revelou. Estava ali, na minha cara o tempo todo: o grande segredo é que esse sofá é um portal mágico para outra dimensão.
Quando entro nesse mundo paralelo, tudo muda. Ali encontro brinquedos perdidos, pedacinhos de osso, petiscos, tampas de potes e outros objetos que, acho, vêm de várias partes do mundo como o Triângulo das Bermudas ou a ilha de Lost.
Isso eu desconfio por causa dos humanos, que toda vez que vão limpar o sofá dizem coisas do tipo: " o que essa caneta está fazendo aqui?" ou " Humano, encontrei sua meia" e ainda " Ah, olha a conta do celular que eu procurei tanto".
O problema é que agora virou mania. Tudo que desaparece, os humanos deduzem que esteja lá. Perdeu a chave de casa? " Olha no sofá do Chuck". Não sabe onde está a capinha do celular? " Deve estar no sofá do Chuck". O pacote de algodão sumiu? " Ah, só pode estar no sofá do Chuck".

Isso já está cansando. Qualquer dia eu entro no sofá e saio lá no Japão ( eu sei que o país da moda é a China, mas lá eles comem cachorro frito, tô fora!). Aí é que eu quero ver.


Vida de cão?

Acho engraçado quando um humano chama o outro de cachorro. Eles sempre dizem isso com um sentido negativo, como se ser cachorro fosse péssimo. Ofensa é um cachorro chamar o outro de humano, mas isso eu nunca fiz porque sou educado.
É claro, temos aí uma população enorme de cães largada nas ruas, abandonados pelos humanos que haviam sido carinhosamente adotados. Mas também tá cheio de humano passando fome, doente e maltratado. Nesse ponto, empatamos.
Mas nos outros quesitos, o cão leva a melhor. Ser cachorro é muito bom, sim!
Como sou discreto, vou usar minha vida como exemplo, pois não quero falar da vida de mais ninguém.
Acordo por volta das sete da manhã e aproveito para despertar Humana, sempre com preguiça de se levantar. Tomo meu café super reforçado e, enquanto Humana vai trabalhar, eu volto pra cama.
Logo depois, Humano é que se levanta. Antes de sair - atrasado sempre-, limpa o meu banheiro e troca minha água. Eu dou um bom dia rápido pra ele, mas continuo dormindo.
Na hora do almoço gosto de sair pra fazer exercícios. Sou um cachorro ativo que detesta sedentarismo. Nesse momento, aproveito para levar Humana para dar uma volta pelo bairro porque ela também precisa fazer exercícios.
Eles almoçam e saem de novo. Eu durmo mais um pouco e depois dou uma geral na casa porque gosto das coisas no seu devido lugar: bolinha debaixo do sofá dos humanos, tapete da cozinha na área de serviço, papéis, roupas ou qualquer outra coisa que tenha sido desleixadamente largada em cima da mesa, no chão. Canetas, guardanapos e porta guardanapos, potes e brinquedos em geral vão pra dentro do meu sofá. Pão, manteiga ou qualquer ração de humanos que estiver dando sopa, vão pra dentro do meu estômago.
Se eles esquecem alguma porta aberta, tenho mais trabalho para organizar tudo.
Aí, com a casa arrumada, é hora de esperar os dois chegarem e brincar com eles um pouco. Mas antes, tiro um cochilo, claro.
De noite, quando meus humanos voltam, deixo que limpem meu banheiro, encham meu prato e depois de comer levo pelo menos um dos dois pra passear de novo - geralmente o que não foi na hora do almoço, pra evitar qualquer acusação de tratamento especial.
Depois disso, só falta um cafuné pra eu dormir. Porque ninguém é de ferro.
E aí, quem é que se deu bem? Cachorro ou humano? Eu, ou eles?
A partir de agora pense melhor antes de dizer que leva uma vida de cão...

quinta-feira, 19 de março de 2009

sobre o post anterior...


Em minha defesa, já que Humanos estão horrorizados com meus 12 quilos e oitocentos gramas, o leite era desnatado, tá?
E eu tenho estrutura e ossos largos. Isso pesa um bocado.

Nunca dê moooole!





















Humanos reformam a cozinha e o papai aqui é que se dá bem.
Se der mole, malandragem, o sistema fica bruto ( ouvi Humana falando isso dia desses e resolvi incorporar ao meu vocabulau-au-rio).
Preocupados em não deixar nenhum prego, pedaço de madeira ou fio no chão, esqueceram essa latinha quase cheia numa prateleira beeeem ao meu alcance.
Leite em pó é bom, né?

terça-feira, 3 de março de 2009

Tá olhando o quê?


Um cão famoso não pode dar uma cochilada que já vem um paparazzo fotografar.
Mesmo quando tento ser discreto e escolho um lugar mais reservado como o cantinho do armário, embaixo da mesa do computador ou dentro do box do banheiro, eles me acham.
Eu até usaria óculos escuros para me disfarçar, se não os tivesse comido.
Não é nada fácil ser um cão público.

Eu só queria...


...uma colherzinha de açúcar para adoçar meu chá de camomila...

Promessa é dívida.


Sabe como é resolução de ano novo...a gente tem que começar a agir logo no início senão os meses passam e no último dos 365 dias você repete a mesma promessa.
Eu prometi que iria emagrecer e sigo tentando. Não consegui ainda e pra ser honesto eu só engordo.
Isso é ruim. É péssimo para mim pois meus humanos, tão fracos, já não conseguem me carregar.
Então agora vou de salada, porque algumas regalias eu faço questão de manter. Principalmente nesses dias tão quentes.

Ração de novo?




O que acontece quando você quer pedir um sanduba “Jesus me chama” ou uma pizza com borda recheada?

Procura na lista telefônica e depois liga para lá e faz o pedido.Certo?


Só se for com você porque comigo nunca funciona.

E olha que eu já tentei, hein...


Vou ter que comer ração mesmo.